terça-feira, outubro 23, 2007

Fui a São Paulo e lembrei de mim - capítulo 2

Esperando na fila pra peça Carina está viva (ver post anterior), encontramos o Marcelino Freire. Pra quem não sabe ou não lembra, o cara é contista, Jabuti com Contos Negreiros, organizador dos Cem Menores Contos de Século e, o mais importante (hehehe), meu professor da oficina de narrativas breves. Ele passou o bizú que o Chacal estaria fazendo um recital com uma galera da boa no Satyros 2.

E é claaaaaaaro que a gente foi lá e se divertiu muito. E a melhor coincidência foi pensar que eu tinha comprado, naquele mesmo dia, a Belvedere, antologia bonitona do Chacal .

Além do Chacal, uns sujeitos amigos dele, também botaram pra foder. A pena é que não sei o nome de nenhum, catei na net, mas não consegui. Era gente nova e que sabia converter a palavra e o cotidiano em imagens novas cheias de sentido pra nossa vida vã.

Tinha um de óculos que construia umas imagens muito legais. Tinha um meio perfomancer que criava canais interativos geniais entre a poesia e a platéia e tratava questões metafísicas de um jeito muito divertido. Tinha um carioca de cachinhos que gostei em particular, mas não sei registrar ao certo por quê.

Um dos momentos gênio foi quando dois deles teclaram uma batida de funk em máquinas de escrever.

O clima era de uma grande putaria, bando de moleques doidos trocando o bar pelo palco, a cerveja pela palavra. Gosto de ver essas coisas porque elas me confirmam que poesia metida a besta é brega demais. Como um dos caras mesmo falou, é mulher andando na rua de dia com vestido de festa antigo. Poesia que gosto usa jeans, bebe pra caralho e ainda arrota alto. É incoveniente porque é tudo que a gente gostaria de ser, mas não tem coragem.