quarta-feira, julho 29, 2009

Não é assim grande coisa. Conticos, contecos e outras coisas pequenas.

À Chico Alvim

Tropeço

Só assim
a gente
vai pra frente

Lançamento Manoel Ricardo de Lima

Manifesto Por Um Brasil Literário

"É no mundo possível da ficção que o homem se encontra realmente livre para pensar, configurar alternativas, deixar agir a fantasia. Na literatura que, liberto do agir prático e da necessidade, o sujeito viaja por outro mundo possível. Sem preconceitos em sua construção, daí sua possibilidade intrínseca de inclusão, a literatura nos acolhe sem ignorar nossa incompletude.

É o que a literatura oferece e abre a todo aquele que deseja entregar-se à fantasia. Democratiza-se assim o poder de criar, imaginar, recriar, romper o limite do provável. Sua fundação reflexiva possibilita ao leitor dobrar-se sobre si mesmo e estabelecer uma prosa entre o real e o idealizado."

(Trecho do Manifesto Por um Brasil Literário)

Para saber mais e participar do Movimento clica aqui ó.


sexta-feira, maio 29, 2009

Saudade

Sem explicações, sem churumelas, sem nhem, nhem que estive fora um tempo. Há coisas que acho que valem a pena ser ditas e o canal mais acessível é esse.

Mais do mesmo




Novo livro do poeta e meu amigo e tutor virtual (e algumas preciosas vezes presencial) Carlos Augusto. São 72 poemas que são outros, mas é um mesmo. Poema que em 2007 foi enviado para 72 emails de amigos , cada um com uma pequena diferença. O nome é Manual de Acrobacias nº 1 e estou feliz da vida por ter gannho do Carlito com direito a abraço e dedicatória.

Tô lendo aqui e de partida já gosto demais. Por se tratar do mesmo poema, com pequenas variações, o manual de acrobacias é um manual da poesia. Agusto, na generosidade que lhe é própria, ao mesmo tempo que abre pra nós seu processo de escrita, de escolhas, "ensina" a ler poesia, esse ir e voltar e buscar e encontrar de palavras, de imagens, de sentidos. Poeta que também é professor de literatura do ensino médio. Que tem a consciência da utopia da sua escolha, mas ao invés de ficar recluso nela, escreve para unir, para agregar, para sorrir. Como o próprio explica, o livro é uma "experiência do afeto e da linguagem". Um pouquinho mais filosófica, eu diria que é uma experiência da linguagem do afeto.

Entre a caipirinha e a risada esqueci de perguntar pro moço como faz pra adquirir. Mas deixe estar que eu pergunto. Enquanto isso, vá lendo a entrevista do danado no O POVO.

Contra males de preconceito e inércia: tome Zé Celso!


Maravilha para carentes de teatro subversivo (o único possível a bem verdade): DVD das peças do Teatro Oficina. Assisti às Bacantes. A filmagem leva em conta que se trata de uma reprodução em vídeo de uma peça e não da peça em si e acompanha todo o “espetáculo” de um jeito bacana, criativo, honesto. Ah, e tem também extras ótimos.

domingo, outubro 19, 2008

Não é assim grande coisa - Continhos, contecos e outras coisas pequenas

Crack

Na Boca
Na Bolsa
Na louça
Eis a globalização

Burilanças

Olá, sumi outra vez, né? A quem se deu conta: muito obrigada. A quem não se deu: ufa.

Tá rolando a Bienal de Dança e junto a ela uma porção de seminários, apresentações e exposições, que não são exclusivas a quem é conhecedor e curtidor de dança, mas para todos os seres pensantes do planeta, em especial, os que vivem aqui na terrinha ou estão de passagem por ela.

Recomendo a exposição de videoarte, do novo Centro Cultural da Caixa. Primeiro para ver obras muito legais, entre elas as Preparações e Tarefas da Letícia Parente, e segundo para conferir o espaço, que é super bonito e deixa uma expectativa de coisas bacanas por vir na cidade. A programação da Bienal dura a semana inteira. Confiram a programação.









Também para a agenda da semana:
O Carlos Augusto me falou que estaria amanhã, dia 21, às 19h na Livraria Lua Nova falando sobre o Cacaso.

E quarta, dia 23, estará aqui o poeta pernambucano Valmir Jordão, no Mercado dos Pinhões, também às 19h.

quarta-feira, setembro 24, 2008

Made in Ceará

O SOL DE CADA COISA
Lançamento do Livro de poesias de Batista de Lima

Ele foi meu professor de Literatura Cearense na UECE. É bom demais ouvir as histórias dele, por ele mesmo. A poesia ainda não conheço não, mas pelo tom de seus contos, pelo ritmo que eram conduzidos, o livro promete.

É hoje, daqui a pouco, 19h30
No Teatro Celina Queiroz - Unifor - Fortaleza/CE

Pra ler sobre vá aqui ó e também aqui ó.

segunda-feira, setembro 22, 2008

Eita!


Acompanhe tudo sobre o disco que faz história aqui
Leia a matéria do O POVO sobre o lançamento hoje aqui

segunda-feira, setembro 15, 2008

Não liquide o pensamento.

Escultura de Oscar Niemeyer para Fildel


Nuns posts atrás eu disse que ficava meio calada em algumas discussões porque parecia "uma doidinha do contra", aquele tipinho que mora bem, come bem, trabalha fodendo os outros e que pousa de hippie pra ser estilosa. Eu tô morando bem, comendo bem e no momento trabalho numa profissão, que, ainda que indiretamente, fode com os outros. Mas o meu trunfo está justamente no gerúndio. É um momento, uma passagem, não é a condição da minha vida. Eu gosto de viver bem, mas esse viver bem inclui algo que vai além do meu próprio umbigo.

É complicado não incorporar a filosofia "eu já tô conseguindo me dar bem, o resto que se lasque". Você sempre é tentado a se deixar levar, a achar que é justo que um mané marketeiro receba mais que um professor; que é normal trabalhar oito ou mais horas num emprego vazio, restando pouco ou nenhum tempo do dia para pensar no outro, para cuidar da natureza, para repensar seus valores, para refletir e analisar sobre seu momento político, ou seja, para fazer o que realmente faz de você uma pessoa viva.

Enquanto eu não sou um exemplo vivo do que penso, vou tentar continuar quietinha (quando não fico me dou mal). Mas não vou resistir a continuar citando e mostrando gente que pensa que as coisas podem ser diferentes, como nesse texto aqui da Piauí ó. Se você concorda em alguma coisa comigo, ou melhor, se não concorda em nada, leia, não pra passar a concordar, mas pelo menos não ficar achando que sou apenas mais uma doidinha do contra.

segunda-feira, setembro 08, 2008

A questão do parmesão na pizza e do reggae na Praieira

Sábado retrasado saí com um casal de amigos para jantar. No restaurante, eles se encontraram com uma turma de amigas e todos nos sentamos juntos. O normal ao ser apresentada a novas pessoas é ser mais gentil que a minha média e ficar calada quando discordo de algum ponto de vista para não parecer antipática.

Como a comida e o serviço estavam muito ruins, começamos a meter o pau não só no restaurante onde estávamos, mas em vários outros da cidade. Até que uma das pessoas da mesa citou uma pizzaria, que no meu conceito é muito legal, tem personalidade e trata a pizza com bastante dignidade. Ou seja, catchup e maionese nem pensar. Mas a bronca dela não era por isso, a questão era que ela tinha pedido uma porção extra de parmesão pra colocar numa pizza que originalmente não levava parmesão e a casa negou, que parmesão extra só em massa. Ela insistiu e eles fizeram ela pagar pela porção extra. Ela ficou danada da vida. E eu, que não costumo discordar quando não conheço bem a pessoa, porque gosto que depois comentem entre si “nossa, aquela amiga dos meninos era bem legal, né?” , abri um sonoro e enfático “mas a pizzaria tem razão, ora!”. E sim, teve esse “ora”, só pra completar a rebeldia.

Ficou um silenciozão, mudamos de assunto, eu meio que ponderei e conseguimos retomar conversa sem ninguém puxar o cabelo de ninguém.

No outro dia, meu marido comentou que havia achado engraçado o meu jeito, que eu não costumava aplicar o método tufo assim com quem mal conheço (é, o cara saca). E como ando numa onda de auto-conhecimento e outras lombras, fiquei pensando se tinha sido mesmo a caipirinha a culpada da minha sinceridade brusca. E talvez não. O que incomoda é ver que todo mundo acha normal colocar parmesão onde não tem. Não é uma questão de ficar amarrado a uma tradição, é de respeitar a proposta da coisa.

Um exemplo do que quero dizer é a versão reggae da Praieira do Nação Zumbi. Vocês já ouviram? É estranhíssimo. Como um amigo e aficcionado por Nação bem disse, não dá pra levar a revolução naquela moleza. Nada contra o reggae. Bob Marley é revolucionário, mas a proposta dele de revolução cabia na forma. A Praieira não cabe. Eu sou uma mongol em arranjo musical e coisa e tal, não sei dizer teoricamente porque, devia saber, não sei, mas um reggae não comporta a Praieira. Como o jazz meio lounge não comporta nem The Doors, nem Bob Marley (sim, eu já escutei isso). Mais uma vez: nada contra inovar, nada contra mudar. Quando nasci Bob e Morrison já tinham morrido. Quando peguei realmente gosto pelo Nação Zumbi e toda a galera de Recife, o Chico já tinha trocado os caranguejos pelas minhoquinhas da terra. Meu papo não é sobre purismo é sobre o poder que as coisas têm. É o discurso que elas trazem e a necessidade dele ser mantido ou ampliado.

Minhas desculpas a quem discordar: mas parmesão e reggae não caem bem em qualquer receita.