quarta-feira, outubro 31, 2007

Eu de professora?! E num é que deu certo.

Sexta passada dei um minicurso na Semana Universitária da Fanor pra turma de publicidade. O tema foi a relação entre Literatura e Propaganda na atualidade. Levei poemas do Cacaso, do José Paulo Paes, do Millôr Fernandes, do Chacal, da Martha Medeiros e etc., e os comparei à estrutura dos títulos de anúncios.

Claro que só levei anúncios bem legais. Houve uma discussão bastante bacana sobre o conceito de arte e de publicidade e eu me esmerei pra explicar que as duas coisas, apesar das semelhanças estéticas em alguns casos, eram beeeeeeeeeem diferentes.

Foi bom, foi bom e me fez ter certeza que a minha praia é mesmo essa de dar aulinha e aulinha de literatura. Sim, porque apesar de trabalhar com publicidade e a turma do minicurso ser de publicidade, eu falei mesmo foi de literatura. E deu certo, o povo parece que curtiu, anotou os nomes dos livros que levei, dos poetas, etc. :D

terça-feira, outubro 23, 2007

Fui a São Paulo e lembrei de mim - capítulo 2

Esperando na fila pra peça Carina está viva (ver post anterior), encontramos o Marcelino Freire. Pra quem não sabe ou não lembra, o cara é contista, Jabuti com Contos Negreiros, organizador dos Cem Menores Contos de Século e, o mais importante (hehehe), meu professor da oficina de narrativas breves. Ele passou o bizú que o Chacal estaria fazendo um recital com uma galera da boa no Satyros 2.

E é claaaaaaaro que a gente foi lá e se divertiu muito. E a melhor coincidência foi pensar que eu tinha comprado, naquele mesmo dia, a Belvedere, antologia bonitona do Chacal .

Além do Chacal, uns sujeitos amigos dele, também botaram pra foder. A pena é que não sei o nome de nenhum, catei na net, mas não consegui. Era gente nova e que sabia converter a palavra e o cotidiano em imagens novas cheias de sentido pra nossa vida vã.

Tinha um de óculos que construia umas imagens muito legais. Tinha um meio perfomancer que criava canais interativos geniais entre a poesia e a platéia e tratava questões metafísicas de um jeito muito divertido. Tinha um carioca de cachinhos que gostei em particular, mas não sei registrar ao certo por quê.

Um dos momentos gênio foi quando dois deles teclaram uma batida de funk em máquinas de escrever.

O clima era de uma grande putaria, bando de moleques doidos trocando o bar pelo palco, a cerveja pela palavra. Gosto de ver essas coisas porque elas me confirmam que poesia metida a besta é brega demais. Como um dos caras mesmo falou, é mulher andando na rua de dia com vestido de festa antigo. Poesia que gosto usa jeans, bebe pra caralho e ainda arrota alto. É incoveniente porque é tudo que a gente gostaria de ser, mas não tem coragem.

Bizarras News 2 - Num sabe beber, num se alimenta...

3/10/2007 - 05h53
Elefantes se embriagam, derrubam poste e morrem eletrocutados

Nova Délhi, 23 out

Pelo menos seis elefantes asiáticos, entre eles três filhotes, morreram eletrocutados depois de se embriagarem com cerveja e baterem em cabos de alta tensão no nordeste da Índia, informou hoje uma fonte oficial.

O incidente aconteceu neste domingo, no povoado de Chandan Nukat.

Uma manada de cerca de 40 elefantes bebeu por engano a cerveja de arroz preparada pelas tribos da região de Meghalaya. Em seguida, eles começaram a correr pelos arrozais.

"Um dos elefantes tentou esfregar o lombo num poste elétrico, que não resistiu ao seu peso e caiu. O animal, então, sofreu um contato direto com o cabo de alta tensão", disse o ativista Dipu Marak, em declarações à agência indiana "Ians".

Várias testemunhas e funcionários disseram que viram o elefante, um macho adulto, retorcendo-se de dor e barrindo. O som atraiu vários outros, que sofreram o mesmo destino.

"Era patético ver a um elefante atrás do outro se electrocutando diante de nossos olhos. Morreram seis no total, inclusive três filhotes", disse um ancião do povoado, T. Sangma.

"Mais elefantes poderiam ter morrido. Mas alguns dos aldeões conseguiram afastar do cabo o resto da manada", acrescentou.

Nos últimos meses, houve vários casos de elefantes causando danos em áreas de Meghalaya e na região vizinha de Assam, especialmente nos povoados onde as tribos elaboram cerveja de arroz, disse à "Ians" o especialista Kushal Konwar Sharma.

Os elefantes embriagados se enfurecem com facilidade e destroem choças e celeiros, além de atacar os habitantes das aldeias.

O aumento de ataques contra pessoas também se deve, segundo os especialistas, ao fato de que seu habitat está cada vez mais ameaçado pelas atividades humanas.

Na região de Assam, os elefantes mataram 239 pessoas nos últimos cinco anos. No mesmo período, 265 deles morreram, a maioria vítima de atos de vingança de humanos.

Assam e Meghalaya têm cerca de 6 mil elefantes asiáticos.

Fonte: Uol

segunda-feira, outubro 22, 2007

Bizarras News 1 - Poe iria gostar dessa

Vice-prefeito de Nova Déli morre após ataque de macacos

da BBC Brasil

O vice-prefeito da capital indiana, Nova Déli, morreu neste domingo, um dia depois de ser atacado por macacos dentro de sua casa.

SS Bajwa estava lendo jornais na sacada na manhã de sábado, quando os animais invadiram o local. Ao tentar espantá-los, o vice-prefeito perdeu o equilíbrio e caiu do primeiro andar, sofrendo graves ferimentos na cabeça.

Bajwa ainda foi levado para o hospital com vida, mas não resistiu, informou a agência de notícias Press Trust of India.

A cidade vem lutando contra a população cada vez maior de macacos, que ficam à solta pelas ruas, invadindo prédios e amedrontando as pessoas.

Os animais, vistos como a manifestação do Hanuman, o deus hindu dos macacos, são reverenciados pelos fiéis, que os alimentam com bananas e amendoins.

A casa do vice-prefeito fica perto de um templo dedicado ao Hanuman, onde centenas de macacos se concentram todos os dias à espera de comida.

No mês passado, um macaco quase causou um caos num aeroporto de Nova Déli ao conseguir entrar na área de segurança através de um buraco no teto.

Em 2004, um grupo de macacos invadiu o ministério da Defesa e rasgou documentos secretos.

A Suprema Corte da Índia cobrou uma atitude das autoridades municipais, que empregaram caçadores de macacos para capturar os animais e soltá-los nas florestas.

Mas o problema ainda persiste. Ativistas culpam o desenvolvimento urbano descontrolado pela destruição do habitat natural dos animais.

Fonte: Folha On Line

quarta-feira, outubro 17, 2007

Fui a São Paulo e lembrei de mim

Escapei pra São Paulo nesse feriadão. Fiquei de sexta a segunda. Fiz e vi tanta coisa que fica até difícil de contar. É uma sacanagem de como lá concentra centros e eventos culturais. São milhares de coisas acontecendo ao mesmo tempo, e o melhor, de graça.

Entre alegrias e alergias, sim porque o clima cultural é ótimo mas o ar é um terror, tive acesso a algumas que me disseram muito respeito. Abrindo um parênteses: (Ando chamando de "dizer respeito", aquilo que me toca, dialoga comigo, pode ser bom ou ruim).

A primeira dessas coisas que me disseram muito respeito foi a peça Carina está Viva, que assisti na sexta no Satyrianas, um festival de teatro, com programação 24 horas. Digamos que eu gostasse mais de mim e da vida antes de assisir a essa peça.

A peça é um monólogo de uma moça, Carina, que diz que vai se matar. O clima da peça é de conversa informal, como se nós ao invés de platéia, fóssemos convidados de Carina. Até aí tudo ok. A linguagem é bacana e a idéia da atriz passar álbum de fotos e oferecer biscoitos para a platéia é divertida. O que pegou mesmo, a punhalada, foi o texto. Bateu bem no meu estômago pós-moderno, doeu, e acho acho que mereci. Foi um tanto constrangedor, porque a peça é normal no sentido de dramaticidade, as pessoas saíram tranqüilas dela, numa boa, e eu chorei feito abestada no meio da rua.

Quem quiser conhecer melhor a tal da Carina pode acessar o blog da personagem e sentir, um pouco, bem de leve, porque o discurso dela quase fodeu com meu feriado. Quase, porque depois de uma tequila e de um recital de poesia com Chacal, você percebe que é uma bosta mesmo e o jeito é ser feliz.

Mas isso é assunto pra outro post. Até já.

segunda-feira, outubro 08, 2007

"Mas sinceridade não pode ser também um truque?"

Foi o que meu digníssimo disse saindo da sessão de Santiago, novo filme de João Moreira Salles. A questão é que ele não sabia ao certo se o filme era do caralho ou só mais um truquinho. Eu respondi dizendo que tinha achado o filme bastante sincero. E ele me devolveu com a pergunta em questão.

Acho que o mérito do filme é esse mesmo, o de fazer a gente pensar sobre a natureza do documentário. Da relação entre sinceridade e trucagem. Entre a realidade e o espetáculo. Santiago acaba sendo um documentário sobre o documentário. Ou como o João Moreira Salles preferiria, um documentário sobre o documentarista. E por isso mesmo, é muito bom, na minha modesta opnião.

Pra entender melhor a minha lombra ou ver que é lombra mesmo dá uma sacada na entrevista do João na Bravo! e assista ao filme, que vale sim o ingresso.

domingo, outubro 07, 2007

Que beleza, uh, Monobloco!

As religiões ensinam: o sacrifício é um dos caminhos para chegar à felicidade plena. Ontem senti isso na pele, numa experiência quase cósmica. Depois de mais de duas horas ouvindo axé music com todas as Ivetes e Chicletes a que se tem direito, tive a alegria de fazer calo no pé ao som de Monobloco.

Explico. Festa do Sirigüela no Mucuripe Club. Atrações: Banda 5%, Mister Babão e... MONOBLOCO!

Explico melhor. Mucuripe Club é o nome de uma boite que reúne a maior quantidade de gel, salto alto, calça Diesel e cabelo descolorido de Fortaleza. Sirigüela é o bloco do Chiclete com Banana, não precisa dizer mais nada. 5% é uma banda que reúne tudo que envolve agachadinhas, tira o pé do chão e sacode as mãozinhas. Mister Babão, graças aos céus tive a chance de continuar sem saber o que é. E Monobloco é exatamente o motivo de euzinha ter me descambado até o recanto das patricinhas, pago 10 reais de estacionamento (isso em Fortal é muiiiiiito caro), 35 de ingresso e passado horas ouvindo "vou atrás do trio elétrico", tomando uma caipirinha com cana medida a conta-gotas.

E valeu a pena. Fora o Loroza ter saído da banda, e fora o grupo estar bem menor do que parecia ser, gênio total. Diversão de verdade, sem falsidade, sem melindre, sem sacanagem. Diversão pensante, que mistura funk, sambão, Tim Maia, Gilberto Gil e marchinha de carnaval numa batida que coloca o tímpano pra requebrar. Não saco nada de música, mas sei o que é querer ser feliz e fico realmente mexida, no melhor sentido da palavra, quando vejo gente fazendo coisa de um jeito ao mesmo tempo tão comprometido e tão despreocupado.

No show, o Pedro Luís disse pra gente visitar o site, soltar o verbo no livro de visitas e tal. Saca só.

sexta-feira, outubro 05, 2007

E o Nobel goes to vai para...

Acabei de ler no Uol que o Nobel sai dia 11. Gostei da notícia de haver dois latinos entre as apostas. E latinos legais, que li pouco, mas já gosto muito. São eles Carlos Fuentes e Mário Vargas Lhosa.

terça-feira, outubro 02, 2007

Vamos pra Quixeramobim

Além de um nome engraçadinho, Quixeramobim é a terra do líder de Canudos que rendeu um dos clássicos mais clássicos da Literatura Brasileira, Os Sertões, e que tá rendendo uma peça do Zé Celso Martinez. A peça foi apresentada originalmente em Sampa. E tá vindo pra cá pro Ceará, mais especificamente pra Quixeramobim. Justo, muito justo, justíssimo. Na matéria que li do O POVO, tinha dizendo que a peça estará em cartaz em novembro. Pra saber mais dá uma lida aqui.