quarta-feira, setembro 24, 2008

Made in Ceará

O SOL DE CADA COISA
Lançamento do Livro de poesias de Batista de Lima

Ele foi meu professor de Literatura Cearense na UECE. É bom demais ouvir as histórias dele, por ele mesmo. A poesia ainda não conheço não, mas pelo tom de seus contos, pelo ritmo que eram conduzidos, o livro promete.

É hoje, daqui a pouco, 19h30
No Teatro Celina Queiroz - Unifor - Fortaleza/CE

Pra ler sobre vá aqui ó e também aqui ó.

segunda-feira, setembro 22, 2008

Eita!


Acompanhe tudo sobre o disco que faz história aqui
Leia a matéria do O POVO sobre o lançamento hoje aqui

segunda-feira, setembro 15, 2008

Não liquide o pensamento.

Escultura de Oscar Niemeyer para Fildel


Nuns posts atrás eu disse que ficava meio calada em algumas discussões porque parecia "uma doidinha do contra", aquele tipinho que mora bem, come bem, trabalha fodendo os outros e que pousa de hippie pra ser estilosa. Eu tô morando bem, comendo bem e no momento trabalho numa profissão, que, ainda que indiretamente, fode com os outros. Mas o meu trunfo está justamente no gerúndio. É um momento, uma passagem, não é a condição da minha vida. Eu gosto de viver bem, mas esse viver bem inclui algo que vai além do meu próprio umbigo.

É complicado não incorporar a filosofia "eu já tô conseguindo me dar bem, o resto que se lasque". Você sempre é tentado a se deixar levar, a achar que é justo que um mané marketeiro receba mais que um professor; que é normal trabalhar oito ou mais horas num emprego vazio, restando pouco ou nenhum tempo do dia para pensar no outro, para cuidar da natureza, para repensar seus valores, para refletir e analisar sobre seu momento político, ou seja, para fazer o que realmente faz de você uma pessoa viva.

Enquanto eu não sou um exemplo vivo do que penso, vou tentar continuar quietinha (quando não fico me dou mal). Mas não vou resistir a continuar citando e mostrando gente que pensa que as coisas podem ser diferentes, como nesse texto aqui da Piauí ó. Se você concorda em alguma coisa comigo, ou melhor, se não concorda em nada, leia, não pra passar a concordar, mas pelo menos não ficar achando que sou apenas mais uma doidinha do contra.

segunda-feira, setembro 08, 2008

A questão do parmesão na pizza e do reggae na Praieira

Sábado retrasado saí com um casal de amigos para jantar. No restaurante, eles se encontraram com uma turma de amigas e todos nos sentamos juntos. O normal ao ser apresentada a novas pessoas é ser mais gentil que a minha média e ficar calada quando discordo de algum ponto de vista para não parecer antipática.

Como a comida e o serviço estavam muito ruins, começamos a meter o pau não só no restaurante onde estávamos, mas em vários outros da cidade. Até que uma das pessoas da mesa citou uma pizzaria, que no meu conceito é muito legal, tem personalidade e trata a pizza com bastante dignidade. Ou seja, catchup e maionese nem pensar. Mas a bronca dela não era por isso, a questão era que ela tinha pedido uma porção extra de parmesão pra colocar numa pizza que originalmente não levava parmesão e a casa negou, que parmesão extra só em massa. Ela insistiu e eles fizeram ela pagar pela porção extra. Ela ficou danada da vida. E eu, que não costumo discordar quando não conheço bem a pessoa, porque gosto que depois comentem entre si “nossa, aquela amiga dos meninos era bem legal, né?” , abri um sonoro e enfático “mas a pizzaria tem razão, ora!”. E sim, teve esse “ora”, só pra completar a rebeldia.

Ficou um silenciozão, mudamos de assunto, eu meio que ponderei e conseguimos retomar conversa sem ninguém puxar o cabelo de ninguém.

No outro dia, meu marido comentou que havia achado engraçado o meu jeito, que eu não costumava aplicar o método tufo assim com quem mal conheço (é, o cara saca). E como ando numa onda de auto-conhecimento e outras lombras, fiquei pensando se tinha sido mesmo a caipirinha a culpada da minha sinceridade brusca. E talvez não. O que incomoda é ver que todo mundo acha normal colocar parmesão onde não tem. Não é uma questão de ficar amarrado a uma tradição, é de respeitar a proposta da coisa.

Um exemplo do que quero dizer é a versão reggae da Praieira do Nação Zumbi. Vocês já ouviram? É estranhíssimo. Como um amigo e aficcionado por Nação bem disse, não dá pra levar a revolução naquela moleza. Nada contra o reggae. Bob Marley é revolucionário, mas a proposta dele de revolução cabia na forma. A Praieira não cabe. Eu sou uma mongol em arranjo musical e coisa e tal, não sei dizer teoricamente porque, devia saber, não sei, mas um reggae não comporta a Praieira. Como o jazz meio lounge não comporta nem The Doors, nem Bob Marley (sim, eu já escutei isso). Mais uma vez: nada contra inovar, nada contra mudar. Quando nasci Bob e Morrison já tinham morrido. Quando peguei realmente gosto pelo Nação Zumbi e toda a galera de Recife, o Chico já tinha trocado os caranguejos pelas minhoquinhas da terra. Meu papo não é sobre purismo é sobre o poder que as coisas têm. É o discurso que elas trazem e a necessidade dele ser mantido ou ampliado.

Minhas desculpas a quem discordar: mas parmesão e reggae não caem bem em qualquer receita.

segunda-feira, setembro 01, 2008

Polishop da literatura

“MEU LIVRO ESTÁ PRONTO E AGORA ?

PARABÉNS! AGORA OUTRA FASE SE INICIA.

Se você conhece este mercado, sabe que por melhor que seja sua obra, conseguir uma editora é ainda mais difícil que escrevê-la. DIFÍCIL e CARO, pois o autor acaba gastando muito durante esta busca.

A MESA DO EDITOR existe para ajudar o autor neste processo e, ao mesmo tempo, representar uma ferramenta moderna e útil para todas as editoras. Aqui, seus textos são apresentados a CENTENAS de editoras que publicam o tipo de obra que você escreveu, seja de ficção ou não-ficção, didático ou infantil, poesia ou jurídico. São mais de 200 gêneros listados.

Aproveite esta oportunidade! Durante esta promoção, pelo preço de uma única assinatura você apresenta quantos livros quiser!

DÊ A MELHOR CHANCE A SUAS OBRAS, COLOCANDO-AS
DIRETAMENTE NA MESA DO EDITOR!”


Este é um trecho da apresentação do site Mesa do Editor, que propõe a nobre tarefa de aproximar talentosos escritores de interessados editores.

Muito bizarro, né? Doidíssimo o que a galera tá fazendo com literatura. Virando mercado total. Aí imagina só qual o critério de quem escolhe as obras pra publicar. Vocês acham que é o da qualidade, da inventividade, da subversão? Claro, que não. Aí vão soltando cada vez mais lixo no mundo, que vai sendo consumido como a última novidade da intelectualidade. É bom a gente pensar sobre isso, e meio que se negar a entrar em armadilhas como essa. Não alimentar essa esquizofrenia.

Vou nem passar o link dessa cretinice. Vou passar um melhor, do site do Ademir Assunção, que é massa, que diz as verdades na lata e que critica toda essa baboseira.